O Fórum de Viagens Corporativas, que aconteceu nesta terça-feira em São Paulo, foi um evento de troca não só de conhecimentos, mas também de dados. Durante o painel Perspectivas hoteleiras: o cliente corporativo, Gabriela Otto, presidente da HSMAI Brasil, apresentou dados de uma pesquisa realizada pela entidade em parceria com a HRS, organizadora do evento. Entre os destaques está o peso dado pelos hoteleiros para as chamadas tarifas negociadas, provenientes do segmento corporativo: em uma escala de 1 a 5 em crescente importância, estas tarifas ganharam peso 3,85. Além disso, 71% dos hotéis pesquisados participa dos RFPs (Request For Proposal).
Ela explica ainda que é possível cruzar estes dados com informações de outras fontes, como o Google, para entender o mercado chamado “bleisure” – uma mistura de business (negócios) com leisure (lazer): 47% dos viajantes de negócios também viajam a lazer, e 70% fazem suas pesquisas em OTAs e sites dos hotéis e das companhias aéreas durante o planejamento de sua viagem. A pesquisa da HSMAI/HRS ainda mostrou que 65% dos hotéis têm, em sua recepção, um trabalho de upselling, ofertando ao cliente produtos e serviços que complementem a hospedagem já adquirida. Isso, segundo Gabriela, é um dos fatores que abre um espaço maior para o corporativo dentro da unidade.
Fazendo um balanço geral, apontou a necessidade, hoje, de se traçar novas estratégias para absorver este segmento bleisure, que cresceu nos últimos cinco anos. Além disso, é essencial oferecer a experiência completa, desde a compra até o pós-venda, com ênfase no digital. Por fim, ela destacou que o mercado corporativo deve ser uma prioridade para a hotelaria sim, pois é um importante drive de receitas.
Luís Ferrinho, CEO da Omnibees, e Phelipe Farah, diretor de Hotel Solutions Latam da HRS, fecharam o painel debatendo o tema. Uma das questões levantadas foi o alto custo de distribuição para o mercado corporativo. Ferrinho destacou a importância do alinhamento de todos os players: “Os gestores de viagens estão preocupados com o hotel? Os hotéis querem chegar nos clientes, oferecer boas condições, ainda mais num momento de crise, mas há situações em que não há um ponto de equilíbrio. Cabe aos parceiros entender o lado do hotel”. Farah completa apontando a necessidade dos gestores olharem para o mercado como um todo, e levar em conta seu dinamismo, dando aos hotéis a possibilidade de adequar-se quando for preciso.
Fonte: Revista Hotelnews