A HSMai Brasil realizou hoje (12) a sétima edição da HSMai Strategy Conference, evento anual que apresenta estratégias para gestores de viagens e de eventos corporativos. Em formato híbrido, o encontro teve algumas lideranças e participantes presencialmente, no Hilton São Paulo, e também um ambiente virtual para exibição das palestras e veiculação de alguns conteúdos criados pela associação. Temas como tendências, inovação e ações para o futuro guiaram as palestras e intervenções no evento.
A plataforma digital teve estandes virtuais de marcas parceiras e todas as palestras num ambiente único com a equipe HSMai apresentando os temas e convidados do dia. A presidente da organização no Brasil, Gabriela Otto, abriu os trabalhos, apresentou os temas e, com auxilio da equipe da organização interagiu com os convidados do dia.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
A transformação digital foi o tema da contribuição do líder de Negócios de Inteligência Artificial América Latina para a Amazon, Renato Barbosa. O executivo alertou para um equívoco comum de empresas que tentam realizar essa transformação sem querer alterar os princípios de suas companhias.
De acordo com o especialista, o movimento de transformação digital almejado por tantas companhias tem, entre outras características, três pilares para acontecer. São eles: tecnologia, pessoas e cultura. A questão é que muitas empresas atribuem valores diferentes a esses quesitos. “É comum que se enxergue esse movimento dando pesos diferentes e priorizando a tecnologia, sem olhar para as pessoas e não mexendo na cultura”, aponta. “O grande problema é que quando se olha para transformação desse jeito se mata esse movimento. A tecnologia simplesmente comprada não traz transformação, ela é somente um meio”, reforça.
No raciocínio de Barbosa, a mudança precisa vir de dentro para fora. E para que isso aconteça é inevitável modificar a cultura, se preocupar com as pessoas e o atendimento prestado para fazer a tecnologia cumprir seu papel. “A tecnologia vem como terceiro lugar, para suportar uma cultura baseada em pessoas”, resume.
O palestrante utiliza a empresa na qual atua como exemplo. “Na Amazon, a base da cultura, a missão é ser uma empresa voltada ao cliente. A corporação criou uma cultura para que as pessoas que estejam nela tenham em si essa forma de pensar, de enxergar”, reafirma.
Barbosa encerrou fazendo uma distinção. “Transformação digital não é digitalização, por isso a cultura é tão importante”.
IMPACTO DA PANDEMIA
O CEO da Share Comunicação, Rafael Martins, foi convidado a falar sobre o impacto da covid-19 na comunicação das empresas pelo Brasil e como se preparar para esse novo cenário.
O executivo começou destacando o fator surpresa gerado pela pandemia a necessidade de adaptação dessas lideranças para conduzir o momento. “As empresas tiveram que se adaptar já pensando em táticas de sobrevivência e depois imaginando a volta”, lembra.
Martins também também elencou as maneiras práticas de lidar com o momento otimizando a situação. De acordo com ele, a maneira mais adequada de encarar a situação é criando um plano de ação e observação do comportamento social. Esse planejamento é dividido em quatro etapas: impacto social, novos comportamentos, mudanças culturais e mudanças de consumo.
Cada uma dessas fases representa um momento dessa situação extraordinário que o País ainda vive e sugere a leitura do comportamento social para encontrar o que o cliente deseja naquele momento. “O ideal é permanecer atento ao comportamento social para entender como a empresa pode contribuir e entrar na área de interesse desse cliente”, afirma.
O CEO da Share também lembrou que para muitas companhias a pandemia apareceu como uma oportunidade de investimento em reputação, com ações responsáveis e corretas.
GESTÃO
Para falar sobre gestão a convidada foi a sócia diretora da Narducci Consulting e professora da FGV, Viviane Narducci. Ela deu algumas dicas práticas para líderes de equipes e empresários e salientou a importância do aprendizado constante e da mente aberta para novas maneiras de pensar e agir.
A professora, que também é coordenadora de Programas Corporativos da ESPM, lembrou que os profissionais que ocupam cargos de chefia precisam manter um canal aberto de comunicação com seus times e valorizar as ideias que chegam da operação.
“Aprender continuamente não é um custo e não se resume a quantidade de cursos que o líder faz. É ter atenção e acabar com os preconceitos sem desvalorizar as pessoas, saber que haverá falhas e trabalhar para corrigi-las”, diz.
CASES DE UM ANO DESAFIADOR
Nos minutos finais o evento apresentou algumas ações bem sucedidas de hotéis ao longo do ano. Atlantica Hotels e Casa Hotéis apresentaram estratégias pensadas para maximizar as vendas diretas e suas mudanças de marca, também efetivadas em 2020.
Já o Grupo Royal Palm, de Campinas, falou sobre a Programa Viva Royal, que foi lançado em julho e até outubro foi responsável por R$ 1,5 milhão de faturamento. A ação ainda em vigor oferece serviços personalizados para clientes que queiram fazer seu home office nos hotéis da marca.
Rafael Nader, diretor de Vendas e Marketing da 1 Hotels, também deu seu depoimento sobre a situação da pandemia, focando no mercado dos Estados Unidos.
O executivo falou sobre as características dos hotéis da rede e sobre a situação atípica que vive o mercado de Nova York. De acordo com ele, os empreendimentos da cidade norte-americana têm anotado ocupação que varia entre 15% e 60%, o que é abaixo da média na cidade. Esse índice tem como base a movimentação doméstica de viagens, o que modifica o tipo de atendimento e torna a operação diferente o habitual.
“Já passei por muitos fenômenos atípicos por aqui mas essa pandemia causou um efeito único. De qualquer maneira, acredito que logo vamos superar. Outro ponto importante para o futuro é mudar o mindset, adotando alguns conceitos de equipes ágeis, experimentação e diálogo com outras indústrias”, considera Nader.