A programação da HSMAI ROC, aberta hoje (8), no InterContinental São Paulo, continuou com um tema relevante na hotelaria: paridade. Para falar sobre o assunto, a HSMAI Brasil trouxe Ricardo Souza, gerente de Novos Negócios da OTA Insight e membro do board da entidade no país.
Antes de entrar no assunto mais a fundo, contudo, Souza tocou em uma questão relevante: a crescente importância dos metabuscadores na jornada de compra dos consumidores. “Com o Google entrando na jogada então, ficará ainda maior”, observou. “Na maioria das vezes, nos metabuscadores, os hotéis não têm os melhores preços. Se, por exemplo, seu empreendimento cria uma campanha de melhor tarifa, monitore isso nesse canal”, recomendou.
Souza apresentou também dados de uma pesquisa da OTA Insight sobre paridade. De acordo com o estudo, 25% dos hotéis entrevistados não possuíam controle sobre paridade, enquanto outros 26% não tinham certeza – 49% garantiam que sim. “Em suma, 51% não têm controle e esse percentual é bastante representativo. O fato é que, como são muitos canais, é difícil ter domínio completo do inventário e do preço”, ressaltou.
Ainda assim, o executivo da OTA Insight se posicionou a favor dos hotéis não fecharem canais. “Eles podem dar exposição em mercados que você jamais teria visibilidade. Agora, é preciso gerenciar isso de forma que esse canal venda a partir do que você deseja, e parceria é essencial neste sentido”, comentou. “Acredito na gestão de preço por canais. Busque parcerias com OTAs para melhorar essa questão. Só assim seu hotel estará posicionado nos metabuscadores de maneira mais competitiva”, completou.
HSMAI ROC: mais dados
No geral, a hotelaria imagina que, ao menos nos canais contratados, há menos problemas com paridade. O estudo da OTA Insight, contudo, mostra que não. No mercado americano, e falando em grandes redes, a disparidade de tarifa chega a 35% dos casos. Nas unidades independentes esse percentual é ainda maior: 45%. “Como grandes cadeias hoteleiras trabalham com franchising, muitos proprietários fazem promoções e não avisam a gestão da rede, e essa é uma das razões para gerar disparidade com o site direto”, explica.
O estudo mostra ainda que, em termos de faixa de preço, as diferenças na tarifa chegam a 10% e 25% nas hotelarias de rede e independente, respectivamente. “Para as grades redes, o percentual é até gerenciável, mas no segundo caso fica muito complicado em termos de margem”, ponderou. “Vendo a origem das reservas, muitas delas vêm de hotel banks, como Tourico Holidays e Hotel Beds. Ainda assim, elas não são a causa do problema, mas a origem da disparidade”, acrescentou.
Afinal, o que fazer então para combater essa disparidade tarifária? Para Souza, uma ação direta é fazer testes de reservas e descobrir empiricamente o que está acontecendo. “Como disse, não considero fechar canais uma solução. Eles chegam a mercados de origem que, naturalmente, você jamais venderia. Identificada a causa e origem da disparidade, busque diálogo e tente melhorar a parceria. É o que recomendamos aos nossos clientes”, finalizou.
Matéria publicada no Hôtelier News aqui.