Lígia Centurion, diretora de soluções para a América Latina do HRS Group; Guilherme Marques, revenue manager Regional do Pestana Hotels & Resorts; Gabriela Otto, presidente da HSMAI Brasil; Adriana Ramos, diretora Comercial do GTA América do Sul e Marcelo Marinho, diretor de Operações e Marketing do Intercity Hotels
(fotos: Giulia Ebohon)
Incorporado por grande parte das redes hoteleiras internacionais e cultivando seu espaço na hotelaria nacional, o RM (Revenue Management) é tema que desperta curiosidade e receios entre hoteleiros. Com o intuito de compreender os ganhos e obstáculos impostos pela hotelaria brasileira à área de atuação, o painel HSMAI Brasil trouxe quatro especialistas para falar sobre a importância e as principais dificuldades enfrentadas pelo profissional que atua no segmento.
O evento, que aconteceu na manhã de hoje (12) no Pullman São Paulo Ibirapuera, contou com a participação de Adriana Ramos, diretora Comercial do GTA América do Sul, Lígia Centurion, diretora de soluções para a América Latina do HRS Group; Guilherme Marques, Revenue Manager Regional do Pestana Hotels & Resorts e Marcelo Marinho, diretor de Operações e Marketing do Intercity Hotels.
Contando um pouco de sua experiência no mercado norte-americano, Adriana Ramos ressaltou a distinção entre o conceito e a prática de RM nos EUA e no Brasil. A flexibilidade brasileira, o diálogo assimétrico entre o setor de Vendas, e a dificuldade de incorporar os conceitos de RM no hotel, revelam entre outras coisas, a imaturidade deste ramo no País, que entretanto, de acordo com a executiva, vem sendo cada vez mais reconhecido pela hotelaria nacional.
Uma vez que o ramo não possui uma base acadêmica que sustenta a profissão, um dos maiores desafios encontrados pelos profissionais da área é demonstrar a importância de seu trabalho. De acordo com Adriana, este caráter secundário conferido à função é projetado no mercado sob a forma de remuneração baixa e falta de reconhecimento do trabalho. Diante disso, crescer com a atividade é confrontar um mercado que ainda não compreende a importância e os ganhos de possuir um profissional especializado no tema inserido na gestão de hotéis. Crescer como RM é mostrar que bons resultados vem de um bom planejamento estratégico e que este planejamento é construído por alguém que vai além do departamento de vendas.
Painel incentiva participação do público
Como complemento, Lígia apontou que para encontrar uma forma coesa de atuação dentro da função de revenue manager no Brasil é necessário reconhecer que o mercado hoteleiro brasileiro possui uma dinâmica própria definida por aspectos culturais e econômicos endêmicos do País. Para a executiva, é imprescindível entender que 91% dos hotéis no Brasil são independentes e, estes, por sua vez, não oferecem treinamentos e não dispõe da área de atuação do RM, o que vai influenciar no modo como o esses meios de hospedagem vão enxergar o trabalhador que executa a função.
Os profissionais atuantes na função, em micro e macro empresas, fazem planejamentos nos quais são analisadas as demandas do mercado e os fatores internos e externos que influenciam no desempenho do hotel. Além disso, medem os níveis de tarifa, elaboram uma política de duração de estadia, analisam a melhor precificação disponível, reconhecem a variação entre temporadas e pensam em tarifas corporativa dinamicas reconhecer variação. “Pessoas se intitulam RM sem ter estudado isso, a profissionalização precisa acontecer para acabar com alguns tabus sobre a área”, conclui.
Guilherme Marques e Marcelo Marinho, que além de comandarem o painel também são membros da HSMAI Brasil, frisaram ainda a necessidade de incorporar o profissinal da área debatida junto às equipes de Vendas e Marketing para que, reconhecendo os limites de cada departamento, não haja um hierarquia entre os ramos. “O setor de Vendas, Marketing e RM devem trabalhar juntos pra obter resultados positivos”, enfatizou Marinho.
Fonte: Hôtelier News